quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Seminário: Força dos Modelos Mentais

Stand-Up Comedy - Força dos Modelos Mentais

Boa noite pessoal, hoje vou falar sobre esse livro maneiro com esse homem careca na capa.
Eu tenho medo de me colocar no lugar dele, imagina você andar por ai, bem na sua, passeando por capas de livros, ai você olha pros lados e tem umas bolas coloridas te seguindo? Pior que isso só ser operador em call center.
Alguém aqui trabalhou em call center? No call center a gente a apresentar stand up, no telefone é claro.
Eles te ensinam bastante coisa sobre modelos, como por exemplo, a primeira coisa que te instruem a fazer, é falarem ao telefone como se estivessem no ano de 1920.
Sabe aquelas palavras que ninguém usa no dia dia? Incontentado, furtado, colidido com o solo, repentinamente e. Qualquer outra palavra que esteja no dicionário latim é super bem vinda ao vocabulário dos atendentes, e é por ai que a gente percebe essas diferenças entre modelos.
Modelos são qualquer tipo de sistema ou código de conduta que uma pessoa ou uma empresa têm como regra na tomada de decisões. O vocabulário daqueles desgraçados do telefone, como somos conhecidos é totalmente diferente do modelo da pessoa que liga pra gente, pedindo ajuda no telefone (ha ha).
Antes de eu começar a trabalhar no call center, eu tinha em mente um modelo completamente diferente do real. Toda vez que eu ligava eles me diziam "aguarde um momento para transferência senhor tenha um bom dia".
E toda vez que eu ouvia isso, eu tinha a certeza de que aqueles desgraçados do telefone estavam na praia, tomando um banho de sol, bebendo uma cervejinha olhando o mar com o laptop no colo, sempre deu vontade de perguntar como estava a praia. Na verdade é muito diferente, você chega lá e se não chega lá seu salário também não chega lá, e ninguém chega em lugar nenhum pois ninguém estava em lugar nenhum pra inicio de conversa.
Ai que veio a lição dos sinalizadores, call center também é cultura viu? Sinalizadores são qualquer parâmetro de "ok" que você usa no seu modelo. Por exemplo, quando eu cheguei atrasado uma vez, contei ao meu chefe que houve uma ameaça terrorista no metrô, o pessoal tava desesperado gritando "BOMBA!!!!" e eu, sempre incrédulo continuei no metrô. Acredita que aquela minhoca de metal explodiu? Tão fazendo atentando terrorista até no avião do trabalhador. Ai depois da explosão, eu fui no hospital pois estava com a garganta arranhando, consegui um atestado médico. O supervisor tem seus próprios sinalizadores, e um deles achou a ameaça terrorista cabível, já o outro sinalizador descontou meu dia, depois que ele desconfiou do atestado médico escrito numa folha de jornal que eu entreguei.
 Por isso não se pode confiar totalmente nos sinalizadores, eles podem te cegar ou podem te ajudar, meu avô também me ensinou algo parecido uma vez.
Mentira, o avô não é meu e eu vi essa piada na televisão, mas por coincidência eu era irmão do cara da TV, então o avô também é meu. Uma vez eu tava bebendo com meu avô, e ele me disse algo de grande sabedoria a respeito dos sinalizadores dele. Alguém aqui já bebeu com meu avô? Alguém? Seria uma coincidência absurda, principalmente porque eu não to na televisão.
Mas então, eu cheguei pro meu avô e falei "to muito doido, acho que bebi demais", ai meu avô me pegou pelo pescoço, e brigou comigo (gritando e cuspindo) "Você nunca ficou bêbado, até se agarrar a grama pra não cair da Terra!!!"
E foi ai que eu aprendi, que quanto mais velho você é, mais difícil é de trocar seus modelos, sinalizadores, o seu parâmetro de bêbado, pois a experiência te limita a isso. Quem é mais novo tem uma facilidade em trocar de modelo, ou qualquer outra coisa que você possa imaginar, inclusive roupas.
O call center pode ser muito educativo para olhos atentos, mas pode ser bastante conflitante também. Outro dia eu entrei no elevador, e pá, primeiro andar, segundo andar, ai parou no terceiro andar. Até ai tudo bem, quem entrou no elevador foi a Rapunzel, mas nada de anormal já que tinham outras 3 pessoas carregando o cabelo dela pra dentro do elevador. Mas ai pá, quarto andar, quinto, sexto, sétimo, décimo oitavo, décimo nono, quando finalmente parou no milésimo andar e entraram os 7 anões. Tudo normal, até a hora em que a Rapunzel virou pro lado e beijou um dos anões e esse anão virou sapo. Normal, normal. O problema todo foi quando esse sapo começou a latir! Eu não aguentei, nada daquilo era compatível com meu modelo, ai não deu e eu gritei "Tá tudo errado nesta porra!"


- Victor Rodrigues, Kethucya de Luni, Isabela Martins, Raphael Mello

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